Surdez
Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças. A surdez é uma diminuição da audição que, em cerca de 20% dos casos, pode ter deficiências associadas.
O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando a sua audição não é funcional na vida comum e classificado como hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.
Um a dois bebés por cada mil nascimentos tem uma surdez de grau severo a profundo. Em idade escolar a surdez acima dos 45 dB é de
Quais as causas?
A transmissão hereditária representa 50% das 25 causas.
Pode ser transmitida geneticamente ao bebé logo dentro da barriga da mãe ou ser progressiva. Durante a gravidez também pode haver qualquer complicação para a mãe, tal como uma infecção (rubéola, sarampo), uma doença (diabetes, doença cardiovascular), um trauma, álcool ou drogas, incompatibilidade sanguínea entre o feto e a mãe ou falta de alimentação. Como consequência pode aparecer uma malformação ou um mau funcionamento no sistema auditivo do feto, que pode manifestar-se até aos 3 anos de idade. Pode também ser provocada por um parto prematuro ou por má circulação do sangue, problemas com a anestesia ou traumatismos obstétricos.
Na criança, o risco de surdez também está ligado à hereditariedade ou a complicações de saúde, tais como infecções (meningite, otite, encefalite, hepatite, varicela, sarampo, papeira, malária), doenças ou traumatismos cranianos.
Como se classifica a perda auditiva?
A deficiência auditiva pode ser classificada como:
▪ Deficiência de transmissão: quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio;
▪ Deficiência mista: quando o problema se localiza no ouvido médio;
▪ Deficiência interna ou neuro-sensorial: quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo.
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Surdez em Portugal
Em Portugal existem estatisticamente cerca de 150 mil pessoas com deficiência auditiva (noção onde se incluem os surdos profundos, parciais, etc.)
Integração do surdo na sociedade
A pessoa surda tem mais dificuldades em adaptar-se ao mundo que o rodeia e à sociedade em que vive, do que uma pessoa ouvinte. Professores, estudiosos e os próprios surdos têm, ao longo do tempo, alcançando muitos êxitos na integração do surdo na sociedade.
No campo profissional os surdos encontram-se nos mais diversos ramos. Geralmente o surdo é caracterizado por ser um bom trabalhador, mas não lhe são dadas as possibilidades de progressão, há que lhe dar essas possibilidades sob pena de se considerar desincentivado e pouco aproveitado nas suas potencialidades. A responsabilidade é um factor de integração social.
Surdez e a comunicação com os outros
Existem surdos que falam e percebem pelo movimento labial de qualquer pessoa e conseguem transmitir oralmente as suas ideias pronunciando mais devagar; estes são chamados de “surdos – falantes”.
A língua gestual portuguesa é base fundamental da linguística e assenta na espontaneidade de comunicação entre os surdos e outros. Como tal poder-se-á referir a existência de uma minoria linguística no mundo silencioso e que os surdos têm expressado nos seus gestos o que se denomina de “linguagem dos surdos”.
A comunicação gestual não é somente usada pelos surdos, é também dos ouvintes que adquiriram o conhecimento da LGP desde a infância ou através dos cursos de intérpretes. Por exemplo, os ouvintes, filhos de pais surdos que aprenderam quando eram crianças a língua-mãe e a língua gestual. Essas pessoas surdas ou ouvintes, no mundo de hoje, conhecem a língua gestual e podem ter um acontecimento espontâneo até porque os seus gestos são mais representativos da realidade.
Aos surdos não deve ser exigida só o modo de expressão oral, mas deve-se permitir que se conjuguem as duas expressões possíveis (oral e gestual), o que permitirá um melhor método de compreensão. Outros que não têm a facilidade de falar por uma ou outra razão, “falam” com as mãos e “ouvem” com os olhos, sendo manifestamente mais fácil a integração social, outros usam apenas os gestos.
Assim, o Abecedário Gestual Português é um dos principais caracteres da linguagem gestual e é denominado de dactilologia. Esta consiste em representar cada letra do abecedário de acordo com uma posição definida dos dedos na mão dominante.
Que condições dispõe a sociedade para os surdos?
Na educação a existência de escolas próprias para os surdos (crianças, jovens e adultos) é fundamental. Já encontramos professores ouvintes, na carreira do ensino infantil, primário, secundário e universitário que empregam a língua falada e a língua gestual, pois é necessário uma representação directa de realidade.
Nas escolas a falta de comunicação por via gestual tem implicações a nível da psicologia das crianças surdas as quais manifestam algumas dificuldades da percepção pelo facto de haver alguma falta dos gestos. De facto, as crianças surdas têm dificuldade na compreensão da leitura, dado não a sentir, isto é, não conseguem compreender vários significados do vocabulário nem algo das frases.
É essencial no desenvolvimento escolar das crianças surdas o acompanhamento através de gestos entre si.
A educação da criança surda é um direito, faz parte da sua condição como ser humano, e o dever de educar é uma exigência do ser humano adulto, do pai e do educador. Para a criança surda, tal como para a criança ouvinte, o pleno desenvolvimento das suas capacidades linguísticas, emocionais e sociais é uma condição imprescindível para o seu desenvolvimento como pessoa.
Que tipo de preconceitos sofrem os surdos?
Hoje em dia, o preconceito ainda persiste na nossa sociedade e, infelizmente, as pessoas com deficiências sensoriais são ainda bastante afectadas.
Muitos têm ainda de lidar com a rejeição em empregos e escolas, sendo estes obrigados a procurar ajuda em várias associações.
Mudez
O que é?
A mudez é a ausência total da voz. A mudez é muitas vezes associada à surdez porque os surdos de nascença, por nunca terem ouvido, nunca aprenderam a falar mas o facto de uma pessoa ser surda não significa que esta seja também muda. Uma pessoa pode nascer muda, ou adquirir a mudez mais tarde.
Quais as causas?
As principais causas são físicas e normalmente estão relacionadas com a garganta, cordas vocais, língua, boca e pulmões.
Quais os sintomas?
O principal sintoma é a dificuldade em comunicar e de se relacionar com as outras pessoas. Uma vez que uma pessoa muda não consegue comunicar através da fala torna-se dificil no seu dia-a-dia interagir com o mundo que a rodeia.
Como tratar a mudez?
A mudez infelizmente não tem cura apesar disso o papel desempenhado pelos pais, professores e amigos que vivem ao redor da pessoa afectada com esta limitação são elementos muito importantes no processo de adaptação e aceitação desta incapacidade de produzir fala.
Hoje em dia existem vários sistemas de comunicação através de símbolos que normalmente são bastante utilizados no ensino primário ou nas instituições infantis, tentando captar a atenção para a importância da comunicação (mesmo não falada) das crianças mudas. As novas tecnologias ou, até mesmo, um computador tornam-se utensílios essenciais na vida e no futuro destas crianças.
A língua gestual portuguesa é a língua através da qual grande parte da comunidade muda/surda, em Portugal, comunica entre si. É processada através de movimentos das mãos e do corpo, como o nome indica a sua captação é visual. Possui um vocabulário e gramática próprios.
Que condições dispõe a sociedade para os mudos?
Hoje em dia quase todos os países estão em fase mais adiantada no processo de inclusão social e as barreiras físicas e socias são cada vez menores. Embora a inclusão social não seja uma necessidade exclusiva das pessoas com deficiência, muitas vezes ganha visibilidade nos equipamentos adaptados para pessoas com impedimentos auditivos, visuais ou na presença de pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho. No caso da mudez e da surdez ainda são poucas as pessoas que sabem comunicar em língua gestual. Nos países mais desenvolvidos é cada vez mais frequente a presença na vida social activa de pessoas que antes eram excluídas e/ou marginalizadas.